A Polícia Civil da Paraíba divulgou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (18) como agia o ex-diretor da cadeia pública de Sumé, na microrregião do Cariri, que foi preso na tarde da terça-feira (17) por suspeita de envolvimento em uma série de crimes. De acordo com o delegado Rodrigo Monteiro, são investigados indícios de abuso de autoridade, corrupção passiva, desvio de recursos públicos (peculato) e facilitação de regalias para presos mediamente recebimento de propina.
Conforme o delegado, o cumprimento do mandado de prisão recebeu o nome de Operação Camuflagem, devido à forma disfarçada como o suspeito agia. Ele tem 46 anos de idade e é ex-vereador do município. Yuri Givago, delegado de Sumé, disse que o ex-diretor foi preso quando estava dentro de um ônibus escolar de malas prontas para fugir da cidade.
Segundo a Polícia Civil, um dos crimes cometidos pelo ex-diretor seria a venda em feira livre do alimento que era enviado pelo governo estadual para refeições dos presos. No lugar, ele teria servido carcaças de frango e carne suína aos detentos da unidade. A polícia diz ter encontrado na casa dele sacas de alimentos que teriam sido enviados.
Os investigadores também apuram denúncias de que o então administrador da cadeia concedia regalias a presos em troca de benefícios. Conforme o delegado Rodrigo Monteiro, um presidiário chegou a pagar até R$ 1 mil em troca de progressão de pena e atualmente estava em regime aberto, com base na troca de favores.
O presidiário em questão, que voltou à sua cela na cadeia de Sumé depois da operação, seria o pai de uma jovem e uma adolescente que disseram ter sofrido uma tentativa de estupro por parte de dois agentes penitenciários e um policial militar há cerca de duas semanas. A principal suspeita é de que o diretor, o preso e as duas garotas tenham 'armado' a história para desviar o foco das investigações que já eram feitas contra ele no Ministério Público Estadual.
Rodrigo Monteiro explicou que as duas moças envolvidas nas denúncias podem responder criminalmente por denunciação caluniosa, assim como o ex-diretor, caso fique comprovado que elas não sofreram tentativa de estupro dentro da cadeia.
A reportagem tentou contactar o advogado do ex-diretor suspeito de envolvimento nos crimes divulgados pela Polícia Civil, mas os telefonemas não foram atendidos.
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