segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Fase de ferro: o começo do fim


O primeiro momento do governo Ricardo Coutinho (PSB) pode muito bem ser classificado como a fase de ferro da gestão.
Exonerações de servidores, cortes em salários, suspensão de convênios e diminuição de repasse de verbas tem provocado a revolta (silenciosa) de alguns. Somente as razões que tem motivado as medidas é que as livram de serem classificadas como ditatoriais.
Sem contestação do TCE, do MPE ou do TJ, é tranqüilo afirmar que o Estado chegou a um ponto tal de desequilíbrio fiscal e financeiro que somente poderia reencontrar seu caminho com atos dessa natureza. Uma dívida de um bilhão e trezentos milhões de reais, além de uma folha comprometendo 55% da receita não supõe um estado propenso a bondades.
Abusos, portanto, devem ser combatidos com excessos. Contratação imoderada de servidores, adoção desregrada de gratificações, entre outros abusos, criaram uma Paraíba pesada para dar um salto qualquer, seja ele grande ou pequeno.
Ricardo pôs em prática a dureza dos atos que a circunstância exige. E tudo de uma vez só, como ensina Maquiavel.
Claro que, lamentavelmente, os bons pagam pelos maus. Assim, um servidor dedicado com gratificação adequada ao serviço sofrerá o corte porque o colega dele de repartição, pouco assíduo ao serviço, recebia uma GAE três vezes mais pra sustentar bandeira de candidato em campanha eleitoral.
O atual governo, no entanto, terá que ter em mente o desejo de recuperar os benefícios de quem os merecia.
De toda forma, Ricardo Coutinho já percebeu que é chegado o momento de transpor a “fase de ferro” do governo. É provável que reduza as ações mais impopulares. Quer mirar os resultados num futuro próximo para atenuar os efeitos das medidas duras tomadas agora.
Na reunião de ontem, num domingo, com o secretariado, cobrou metas e uma agenda positiva para os próximos dias de governo. Entendeu que existe um “timming” para ser duro.
E que esse tempo tem que começar a acabar.

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