
A categoria dos professores tem sido freqüentemente citada toda vez que há uma discussão sobre a lei – aprovada pela Assembléia Legislativa da Paraíba – que concedeu o reajuste salarial dos profissionais da segurança pública no estado (a chamada ‘PEC 300’).
Os contrários ao aumento – inclusive o governador Ricardo Coutinho (PSB) – se apegam aos baixos e imorais salários pagos aos trabalhadores da educação, como forma de ‘justificar’ as também baixas e imorais remunerações da segurança pública. “Se um professor ganha mal, por que o policial deve ganhar bem?”, alegam, com outras palavras, as mentes da hipocrisia.
Para quem tenta se sair bem com esse pífio argumento, vai uma informação: nenhum profissional da segurança pública é contra um salário digno e decente para os professores. Muito pelo contrário, toda e qualquer nação jamais chegará ao pleno desenvolvimento se não investir pesado na educação. Isso é simplesmente inquestionável.
No entanto, a classe dos professores é que deve sair do marasmo e reivindicar o que este país lhe deve há décadas. Não são os policiais que ganham bem. São os professores que recebem muito mal!
Os agentes de segurança não podem ficar à espera de “um dia, quem sabe, o professor seja valorizado”, para que só aí os policiais tenham o direito de reivindicar seu justo reconhecimento salarial. Baseado em quê o policial deve perpetuar suatragédia e esperar a glória do professor? No merecimento?
Então tudo bem. Se formos considerar esse critério, o professor deveria ser mais reconhecido (do ponto de vista salarial) do que a classe política. Alguém discorda? E por que um deputado que sequer sabe os significados de sessão, seção ecessão tem que ganhar muito mais do que o profissional responsável pelo desenvolvimento cultural e econômico do país? Quem merece mais? Quem recebe menos?
Há quem ache o cargo de deputado algo ‘grande demais’ para a comparação em tela. Então, que tal falarmos dos assessores parlamentares, cujos salários e regalias superam os de policiais e professores juntos? Um vereador que ‘trabalha’ [quando trabalha!] duas vezes na semana merece ganhar oito vezes mais do que os sofridos e injustiçados profissionais do saber que labutam todo santo dia? Isso é ‘justiça por merecimento’?
Incomparáveis
Não dá para fazermos um paralelo eficiente sobre a importância da educação e da segurança pública. Ambas são essenciais para a vida humana. Mas na cabeça daquele terceiro setor – a ‘política’ –, a segurança parece ser mais importante, embora eles queiram demonstrar o contrário. Sabe por quê? Algum governante já se preocupou com uma greve de seis meses na educação? E algum governante sustentaria uma paralisação de igual período no seu aparato de segurança?... E aí, quem é ‘mais importante’?...
A imagem
Segundo este blog, a foto deste artigo é um professor socorrendo um policial ferido justamente num confronto entre as duas categorias. Os trabalhadores da educação reivindicavam justiça salarial, e [infelizmente ou não] os profissionais da segurança pública foram ORDENADOS pelos ocupantes de cargos políticos a sufocar o movimento grevista.
Pensando bem...
Analisando por um bom ângulo, dos três setores o menos produtivo é o ‘político’ mesmo. Foi exatamente este quem provocou toda essa balbúrdia na Paraíba, ao prometer e aprovar uma PEC em período vedado, posando de ‘bom moço’ para angariar votos e resultando nessa confusão que joga policiais contra professores e pode até acarretar uma greve de conseqüências nada interessantes para a sociedade.
Os causadores de tudo isso merecem mesmo os salários que ganham?...
ParaibaemQAP
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