Mais cedo, candidato do PSDB havia criticado o governo, Dilma e o PT.
Tucano afirmou que governo usa dinheiro publico para manipulação.
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, criticou nesta quinta-feira (19) o candidato do PSDB, José Serra, por supostamente tentar ligar seu nome ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Acho estranho o candidato tentar, de uma forma muitas vezes patética, ligar seu nome ao do presidente Lula. Ele fez oposição ao governo Lula durante todo o governo," disse Dilma ao participar do 8º Congresso Brasileiro de Jornais, em hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Mais cedo, Serra havia feito críticas ao PT no mesmo congresso. Ele afirmou que o governo Lula utiliza dinheiro publico para manipular a imprensa e a sociedade. Em discurso, Serra disse que o PT se vale da criação de conferências pagas com dinheiro de contribuintes para controlar a imprensa e criar projetos de lei. O tucano citou as conferências de Comunicação, de Direitos Humanos e de Cultura realizadas pelo governo federal.
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“Quantas pessoas podem ter participado dessas conferências? Quinze mil, 20 mil? Isso não representa o povo brasileiro. Representa muito mais o partido”, declarou Serra. “São de frações de partidos, basicamente do PT, que é voltado a isso e elas produzem projetos de lei. Produziram cerca de 600 projetos de lei mais ou menos, que foram enviados para o Congresso e lá permanecem como ameaças”, criticou ele.
Em seguida, o tucano atacou Dilma, afirmando que a candidata chegou a autorizar a inclusão dessas questões em seu plano de governo.
“O próprio PT inclui essas questões em seu programa de governo. Isso foi aprovado e não foi por engano. Foi um programa apresentado e registrado, rubricado pela própria candidata. Se leu ou não, é um problema de estilo, de relacionamento entre partido e candidatura.”
O candidato do PSDB também criticou a criação da TV Brasil e disse que o órgão representa o uso da máquina pública para formação de opinião.
“Boa parte ou alguns dos blogs sujos mais importantes são mantidos, inclusive, com recursos desta TV Brasil, feita não para ter audiência, mas para criar empregos na área de jornalismo e servir como instrumento de poder em matéria de expressão e de informação para um partido basicamente”, declarou.
Serra citou ainda os programas institucionais de governo que são veiculados na mídia, como sendo instrumentos de manipulação. Após o evento, o tucano falou aos jornalistas, mas só respondeu a uma pergunta sobre liberdade de imprensa.
PT responde
O secretário de Comunicação do PT, André Vargas, afirmou que Serra não tem "credibilidade" para criticar o partido e o governo nessa área.
O secretário de Comunicação do PT, André Vargas, afirmou que Serra não tem "credibilidade" para criticar o partido e o governo nessa área.
“Ele não tem credibilidade para falar isso. O próprio governo de São Paulo tem uma TV chapa branca em que não se pode tocar no assunto do metrô, por exemplo. O Serra tem tradição de pedir cabeça de jornalistas, de ligar nas redações”, declarou Vargas.
Segundo o dirigente petista, “a TV Brasil é uma TV pública". "Ela não tem o objetivo de substituir outras televisões.” Para Vargas, as conferências "são colocadas publicamente, onde todo mundo tem espaço, os jornais, sindicatos, jornalistas, a sociedade civil de forma geral.”
Ele negou que o PT e o governo tentem controlar a imprensa. Disse que o PT é o partido que mais se submeteu a críticas. Sobre a alteração no programa de Dilma, afirmou que a candidata "não tem necessidade de acolher todas as propostas do PT".
"O PT não defende controle público, nem patrulhamento da imprensa, mas defende a imprensa livre. Vindo dele [Serra] não tem nenhuma credibilidade. Não tem outro partido que se submeteu tanto à crítica da imprensa desde o seu nascedouro como o PT. Fomos criticados, às vezes até ridicularizados. Diziam que não iríamos a lugar nenhum liderados por um metalúrgico. Diziam que nossa candidata não ia crescer, que era um poste”, declarou Vargas.
O secretãrio petista pediu que Serra mencione os blogs aos quais se referiu. “Ele tem que citar os nomes dos blogs, parar com esse tipo de conversa. A Sabesp [estatal paulista de saneamento] investe na mídia em nível nacional e em blogs também. Se eventualmente eu leio e me informo muito pela internet, tem blog contra ele e a favor dele. Talvez os blogs limpos sejam aqueles que defendam ele e que atacam a Dilma. Fica difícil fechar a conta.”
* Colaborou Maria Angélica Oliveira, do G1, em São Paulo
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